O Inseguro Tozé
Não está ainda terminada a contagem mas já podemos tirar as nossas conclusões das Eleições Europeias de ontem.
As minhas são quatro.
- Os portugueses não sentem a Europa.
Tivemos uma abstenção “record” e isso não se explica apenas com a crise e o descrédito da política.
Se estiver na posse de todos os dados, do antes e do depois da adesão à UE, só um idiota não perceberá que a União está intimamente ligada ao desenvolvimento de Portugal. Porém, para que os portugueses se sintam parte do projeto Europeu e percebam a relevância da UE na sua vida diária, é preciso apostar em divulgação. Já vimos que os eleitores não procuram informar-se: é preciso levar a montanha a Maomé.
- Entre vencedores e vencidos vai um passo de formiga
Seguro fez um dos mais patéticos discursos da democracia portuguesa. Parecia ter ganho o Euromilhões, mas por dentro devia estar já a antecipar as facas longas que se afiam no PS.
Com uma distância de cerca de 4% face à Aliança Portugal (PSD e CDS), e uma abstenção de dois terços, Seguro percebe que fica longe de cilindrar o Governo, e que o Governo ficou longe de ser cilindrado pelo eleitorado...
- O Bloco perdeu a alma
Quando apareceu, o BE era um partido irreverente, lutador por causas fraturantes. Dizia-se que ia agarrar toda a juventude e os descrentes. Claro que o Bloco não passava de um partido de chicos-espertos, peritos em aproveitar os assuntos quentes para ganhar protagonismo. E tinha uma boa máquina de comunicação.
Hoje, sem os temas da droga, do aborto, do casamento entre homossexuais, o BE perdeu agenda. Ao mesmo tempo, ganhou barriga. Sentou-se! Assenhorou-se. É uma instituição de deputados e não de causas. O Partidos dos Animais tem mais agenda que o BE. Os portugueses já os perceberam. Ainda bem!
- A vitória do populismo
O resultado do MPT e de Marinho e Pinto provam duas coisas: o descrédito da bipolaridade partidária (a bem dizer, os portugueses estão fartos), e que o eleitor se deixa levar por qualquer bem-falante. Marinho e Pinto tem um discurso tão primário que tolhe a inteligência de quem usa o cérebro, e um populismo que nos assusta.
A sua eleição é uma chapada para os partidos do chamado “arco democrático”. Ou se modernizam ou veremos a política portuguesa ser inundada de outros Marinhos, tão grosseiros quanto o original...
E foi mais uma Crónica de Segunda, para leitores de primeira.
A baixa dos salários dos políticos é uma medida que só adquire crédito quando integrada num lote de outras medidas de contenção.
É que essa baixa, por si só, são uma migalha. Menos que isso, até.
Neste ambiente de responsabilidade e sentido de Estado que o líder do PSD quer incutir ao Partido, seria interessante vê-lo reduzir o seu próprio salário.
Eu não me incomodo com a redução do meu. Creio até que nenhum português (que não viva com dificuldades) se incomode com a redução se souber exactamente em que está a ser aplicada a "receita".
Ontem o Psico jantou com o Prof. Marcelo Rebelo de Sousa.
Foi memorável.
Em grande forma, excelente sentido de humor, boa memória, grande vivacidade a contar história antigas.
Fiquei a saber uma coisa que desconhecia: nos tempos idos de Sá Carneiro no Partido, qualquer militante podia pertencer a diversas listas de Conselho Nacional, prerrogativa que FSC aproveitava fazendo parte de todas...
Não esqueço de referir a boa companhia nem o belo bife no restaurante Apeadeiro: boas carnes tem aquele espaço.
Será mais um debate do Psicolaranja e o seu terceiro debate com as candidaturas às Directas no PSD. Um evento aberto a todos os interessados.
Dia: 23/Março (terça)
Local: Sede PSD
Hora: 21.30h
Moderador: José Manuel Fernandes
Representante JPAB: Diogo Vasconcelos
Representante PPC: Pedro Pinto
Representante PR: José Luís Arnaut
No meu primeiro Congresso da JSD, o Pedro Passos foi eleito para o seu último mandato.
Morreu no dia 24 de Janeiro aquele que era para mim o melhor assessor com que o Grupo Parlamentar do PSD contava em S. Bento.
José Januário, jurista, especialista em matéria ambiental, muito respeitado entre os seus pares, grupos ambientalistas e por deputados de vários quadrantes.
Era um amigo que eu tinha no Grupo Parlamentarnos idos do "Governo Barroso".
Todos temos de morrer mas há uns que partem demasiado cedo.
Há 24 anos, um homem chamado Silvino Sequeira, militante socialista, ganhou a Câmara Municipal de Rio Maior.
Por escassos votos, mas venceu.
Há 16 anos, empenhei-me na minha primeira campanha autárquica. Perdi.
Tal como perdi há 12 anos, e há 8 e há 4.
No passado domingo, quem ganhou foi Rio Maior, elegendo Isaura Morais.
Com mais 1208 votos que Silvino Sequeira, a coligação Juntos pelo Futuro (PSD+CDS) colhe 4 vereadores contra os 3 do PS.
Esta estrondosa diferença prova que a população não queria apenas a mudança: exige a limpeza.
É fundamental não desiludir.
Leiria é um distrito a que agora estou umbilicalmente unido.
Por isso se justifica este post: fico muito contente com a designação do Pedro Pimpão para 5º na lista de Deputados por esse distrito, no elenco do PSD.
Força, Pimpão!
O líder escolhe, o Conselho Nacional ratifica e as listas ficam fixadas.
Um procedimento legítimo e que deve ser aceite como manifestação democrática.
Porém, mesmo os mais legítimos procedimentos não estão imunes a injustiças.
Em Santarém, a lista do PSD perde Miguel Relvas.
O Miguel, que conheço vai para 16 anos, tem sido um deputado sem mácula.
Um homem da área do Poder Local, interventivo nessas matérias, um amigo do seu distrito, sempre presente, diligente a resolver dificuldades, nunca virando as costas aos dirigentes concelhios.
Um verdadeiro Deputado de proximidade. Lamento a sua saída do Parlamento.
O Conselho Nacional do PSD aprovou por unanimidade e aclamação o nome de Manuela Ferreira Leite para candidata a Primeira-Ministra.
É a primeira vez que um partido do arco da governação escolhe uma senhora para cumprir esse fado.
Tem sido um percurso interessante de seguir.
Orgulho-me do meu partido e da minha líder.
A Política de Verdade de Manuela Ferreira Leite promete.
As listas de deputados são aguardadas com muita expectativa.
Renovação e Qualidade serão, seguramente, duas componentes essenciais.
Está a preparar-se mais uma grande UV, com o boss Carlos Coelho mais uma vez em grande azáfama.
Algumas aquisições para a equipa deixam-me muito contente.
Duas das saídas são uma perda para o "plantel".
Deve haver uma forma inteligente do PS escapar à má opinião dos Portugueses.
Escolheu atacar a credibilidade e seriedade de Manuela Ferreira Leite.
E fá-lo pela voz de um jovem que ninguém conhece.
Sócrates deve ter mudado de conselheiros de imagem.
"Em antes", costumava fazer uma campanha mais capaz...
Pessoalmente desconheço que relação pode existir entre o PSD e o caso BPN mas se o PS quer envolver o PSD nesta trapalhada, é lícito então perguntar:
Será que o Freeport é o mealheiro no PS?
Será que o PS está envolvido no caso Casa Pia?
Que peça noticiosa sobre um comício político passa quase mais tempo a falar da quantidade de pessoas no pavilhão do que sobre as intervenções?
A da SIC.
Isto leva-me a uma reflexão: será que certos jornalistas pretendem desvalorizar os grandes partidos, dar um tom ridículo às suas campanhas, para catapultar as franjas e os radicais?
Ou aquilo que eu vi foi uma típica peça duma tal RA, jornalista da SIC?
Vou hoje à Conferência "A Crise Global: Origem e Perspectivas nacionais”, pelas 21.30 h, no Hotel Roma.
Com moderação do jornalista Nicolau Santos, este evento é organizado pela Secção B.
Oradores:
- Eng. Faria de Oliveira
(Presidente da Caixa Geral de Depósitos)
- Dr. Miguel Horta e Costa
(Administrador do Banco Espírito Santo de Investimento)
ENTRADA LIVRE
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