"No ano passado escrevi um guião para um filme e o estúdio não mexeu numa única palavra. A palavra que eles não mexeram estava na página 87..."
(Steve Martin)
O crivo em que muito trabalhei.
Uma espécie de peneira gigante para separar a terra dos objectos "valiosíssimos".
O género de experiências que um certo professor de história nunca deve ter vivido, ou não teria desprezado tanto a arqueologia do concelho.
É já amanhã o novo round...
Mais uma versão da Malagueña
Fui ontem pela primeira vez ao Serrazina, levado pelo Serrinha.
Não será a última, creio.
"Meus reflexos não são muito bons. Certa vez fui atropelado por um carro que estava a ser empurrado por dois tipos"
Hoje faria 186 se vivo fosse.
Entre outras, escreveu esta verdade: "As opiniões são como os pregos; quanto mais se martelam, mais se enterram".
Aqui há dias visitei com o Carlos Pereira (o arqueólogo municipal) um dos meus lugares favoritos em tempos idos: a Capela de Nossa Senhora da Victoria, onde antes estava instalado o grupo de trabalho de arqueologia da autarquia, tão maltratado nos 24 anos socialistas em Rio Maior.
Era ali que eu me juntava ao Carlos e à sua equipa depois que deixei de estar nos trabalhos sistemáticos da Villa Romana, num saudoso verão de 1991, se não estou enganado.
A Capela alberga muito espólio e muitas mais memórias. É essa viagem que deixar neste post e nos seguintes deste tema.
Há 30 anos (trinta anos mesmo, bem contados) foi pintada esta parede.
Situa-se naquele que foi o infantário que frequentei em criança.
- Ena, a pintura parece fresca como há 30 anos! Repintaram há pouco tempo, foi?
- Repintámos?
- Ehehehe, sim, se pintaram por cima?
- Não. Pintámos dessa vez e nunca mais!
Nunca mais foi pintado e parece novo.
Xiça!
"Abraão, solta teu filho".
Foi com esta que quase dei cabo do amigo António Proa.
Nunca mais conto anedotas ao Miguel Goulão quando ele estiver a conduzir.
:)
Tu és o meu amigo de Goa, vive em Lisboa, trabalha em Rio Maior, foi a Guimarães, está a vir para o Porto e queria saber se eu ia com ele para Aveiro...
CARTA A UM QUERIDO PROFESSOR ESCRITA NA FOLHA DE RESPOSTAS DO EXAME...
Excelentíssimo e muito querido Sr. Professor,
antes de mais, desejo apresentar-me solenemente: chamo-me X, moro em y e tenho a honra de ser seu aluno nesta cadeira.
Venho, deste modo, expressar o meu profundo respeito por V. Exc. e agradecer-lhe as mui iluminadas aulas que teve a bondade de nos leccionar - fui informado pelos meus colegas da grandiloquência das suas prédicas! Espero neste segundo semestre averiguar pessoalmente a veracidade das histórias que aos meus pavilhões auriculares arribaram.
Estarei sempre na primeira fila e, para melhor me identificar, usarei um papillon vermelho, mas se preferir, terei um verde e outro azul de reserva.
Serei sempre o primeiro a entrar e o último a sair (incluindo serviço de porteiro e de bagageiro, se tal for do seu agrado). As pétalas de rosa também irão constar do seu quotidiano nesta casa de cultura, mas só a partir do próximo mês pois as flores de estufa tornam-se economicamente inviáveis.
Devo informá-lo de que comecei na semana passada um curso de manicure/pedicure/massagem capilar; deste modo já pode contar com estes serviços durante as aulas: estou certo de que irá redobrar o seu prazer de leccionar e fazê-lo com todo o relaxamento necessário
Como estou a estagiar numa pastelaria da minha zona, conto ter no segundo semestre prática suficiente para lhe oferecer um esmerado serviço de bar e cafetaria - tudo à minha conta - enquanto inunda os seus discentes com todo o seu saber, conferindo-lhes mais uma razão para esta pesarosa vida, a qual encontra na sua cadeira o único momento de ócio, desopilanço e iluminação.
Relativamente ao corte de cabelo, lamento dizer-lhe mas só sei fazer o “corte à escovinha”, todavia, se gostar mais de um outro estilo, poderei tirar um curso intensivo para que V. Exc. esteja sempre na moda.
Como qualquer outro discípulo (mas melhor) a minha missão nesta vida é fazer com que o meu mestre se sinta bem, tenha o ego bem levantado. Por isso aplaudirei de pé (e com ligação a duas colunas) todas as iluminadas intervenções que Vossa Sapiência realizar, se for necessário farei uso de um chicote para que todos me acompanhem nessa justa homenagem ao nosso “professorzinho”.
Também não deixarei que se canse muito, por isso, se V. Exc. concordar, proporcionar-lhe-ei um serviço de virar de páginas de apontamentos (com ou sem cuspo). Não que necessite deles para ler…, perdão, para dar as aulas mas utiliza-as como exemplo aos seus alunos, para que possam ver que o Sr., mesmo com uma certa idade, ainda lê muito e estuda bastante.
Farei o possível e o impossível para responder às suas perguntas, sobretudo às que não faça.
No que toca ao conforto pessoal, já mandei trazer uma poltrona aconchegante munida de ar condicionado. Acaso não seja apreciador destas modernidades, posso perfeitamente partir a parede da sala e construir uma lareira com duas modalidades: lume quente e lume frio.
Se for do seu agrado, sentir-me-ei feliz em lhe cantar uns temas musicais do meu vasto repertório que inclui modas do Alentejo, cantares dos Balcãs e assobios de acasalamento dos Trópicos. Poderei abrilhantar a minha actuação com a coreografia das danças de guerra da tribo dos Pimbex da Polinésia ou com sapateado de fandango - com ou sem varapau. Tudo isto enquanto vou murmurando indizíveis cabalas maçónicas e o Sr. dá a sua magnífica aula…
Estou disponível também para elaborar e corrigir os testes dos outros e sobretudo o meu (com absoluta garantia de parcialidade e injustiça, como é típico de V. Senhoria). No que diz respeito às orais, para que se vem cansar V. Exc.? Envie as perguntas por cassete e eu encarrego-me de arbitrariamente decidir quem passa e quem não passa. E esteja descansado que aplicarei a sua generosa escala de 0 a 10. Porém, se V. Sapiência por qualquer motivo (que não sadismo certamente) decidir que vem fazer as orais, eu encarrego-me de realizar cá fora a tortura psicológica junto dos “colegas”, para que lá dentro não tenha de se esforçar tanto.
É claro que tudo isto só sucederá se houver receptividade de V. parte às minhas pretensões, que aliás são modestas assim como a minha pessoa: contento-me com um 18 no final do ano!
Caso não colabore, terei de fazer apelo às relações de boa vizinhança que mantenho com certos indivíduos do meu bairro (Chelas) e convidá-lo-ei a connosco vir dar um passeio à Quinta das Tabuletas, sabendo de antemão que nós regressaremos… o Sr. é que não!
(texto a quatro mãos: as minhas e as do bom amigo e colega de faculdade Rui Lopes)
Na conferência do QREN/POVT.
- Directa esta noite
- Viagem Rio Maior - Guimarães
- Conferência às 10h
- Almoço provavelmente no Porto
- Jantar seguramente em Aveiro
- Conselho Nacional
- Ofertança de um Pão-de-Ló de Rio Maior a amigos, já por cá, late night...
Também escrevo aqui