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Sexta-feira, 10 de Outubro de 2008

Magalhães e o Dilúvio

 

O Magalhães é um exemplo de uma ideia interessante mas com solução desastrosa e execução pior. Uma espécie de Dilúvio.

 
Vejamos, deus terá pensado:
 
«Epá, [sim, um deus de teve a ideia do Dilúvio começa as frases com "epá"], esta malta dos humanos anda com vícios a mais, só faz asneira e não vale um pêlo público.»
 
«Dava jeito acabar com esta gente toda e repovoar isto com rapaziada que dê menos trabalho.» [cá está! Eis uma ideia com algum interesse...]
 
«sei: vou fazer chover 40 dias e 40 noites e matar este pessoal" [... e a solução desastrosa]
 
«Acho que o melhor é chibar-me ao Noé, ele que construa uma barca – hum… escreve-se barca ou varca? - epá, vai "arca" que não dá chatices!» [eis um deus pragmático]
 
«Depois da chuvada toda – pensa deus – o Moisés repovoa a terra com os animais que vai meter na arca, alimentados pelos outros animais que lá vai meter também [ser deus obriga a pensar em tudo]».
 
«Depois é só esperar que o Moisés faça filhos e estes filhos e filhos até ter gente para construir uma igreja e blá blá blá»
 
Com o Magalhães foi parecido:
 
Eng: Vamos dar portáteis aos miúdos (vejam, esta é a única coisa interessante na ideia), para os pais verem pornografia e as mães votarem em nós.
Assessor: E acha que isso pega?
Eng: Pode ser que não. Temos de incentivar o orgulho nacional! Dizemos que os portáteis são portugueses!
Assessor: E acha que isso pega?
Eng: Pode ser que não... Mas usamos a TV do Estado para propaganda.
Assessor: E acha que isso pega?
Eng: Claro. E quem paga a conta são as Câmaras!
Assessor: Mas acha mesmo que isso pega?
Eng: IRRA!!! Se não pegar a bem, pega de empurrão!
Assessor: Não seja malandreco, senhor engenheiro...
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