Quando Sócrates voltar para debaixo da pedra de onde saiu, ninguém dará conta.
Porquê? Porque com ele, passou-se do entusiasmo para a irritação, da irritação para a indignação e da indignação para a desconfiança.
O próximo passo é o ressentimento (ou desprezo, conforme os casos) e depois o apagão.
A associação da mácula “freeport” ao nome de Sócrates só podia acontecer (como aconteceu) numa circunstância: as pessoas acharem plausível que Sócrates não seja sério.
E é notório que deixaram de o olhar com respeito. Se antes se fazia anedota com o seu título de engenheiro e se depois se passou a gozar com a mentirinha do Magalhães, agora caiu-se em algo muito pior.
O autocolante Freeport encontrou em Sócrates a “sua” superfície aderente. O senhor PM até pode estar inocente, mas a vergonha maior é saber que um dia, por um segundo, muitos acharam que não.
Quando Sócrates voltar para debaixo da pedra de onde saiu, ninguém dará conta. Fará tanto barulho quanto o “som do silêncio”.
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