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Sexta-feira, 28 de Novembro de 2008

Resposta II

Acho que tenho pouco poder de encaixe quando leio críticas às juventudes partidárias.

Li isto e respondi assim (aguardo moderação do comentário):

 

Caro João Ferreira Dias,

 
Li o seu texto e, se o Congresso da JSD lhe sugere uma reflexão, o seu post sugere-me duas.
 
A primeira: enquanto continuarmos a falar de cor, daremos razão aos que consideram a blogosfera a meta da decadência mental, nas palavras de Almada.
Um dos candidatos à liderança da JSD (o que conheço melhor) foi docente na Faculdade de Direito de Lisboa, é jurista da área fiscal e tem propostas publicadas no âmbito dos temas de relevância para a JSD. Gere grupos de trabalho dedicados e motivados na procura de novas ideias e soluções.
Podemos, claro que sim, não querer saber disso para nada. Podemos criticar mesmo sem conhecer. Podemos até nem sequer reconhecer quando, por precipitação, fomos injustos.
Cada um funciona de sua forma. Eu ficaria incomodado se percebesse que o meu repentismo me aproxima do pior da trica parlamentar, em que a preocupação na forma suplanta a do conteúdo.
 
A segunda: quando tantos homens e mulheres se demitem do seu dever de construção e direito de participação, não deixa de ser estranho que o dedo esteja apontado precisamente àqueles que, muito novos ainda, se preocupam.
A filiação em juventudes partidárias ou a participação em associações de estudantes da escola secundária são, normalmente, os primeiros momentos de afirmação de um pensamento, de uma atitude para mudar e melhorar.
Condenemos estes jovens, acusemo-los de carreirismo e estaremos a promover o afastamento dos que se incomodam com a crítica, deixando lugar aos mais obstinados que são, em muitos casos, os menos capazes e conscienciosos.
 
Entrei para a JSD aos 14/15 anos. Hoje tenho 32, sou membro de uma assembleia municipal e sócio de uma agência criativa.
Se há quem diga que a tropa fez os homens, eu digo que a JSD faz seres sociais, preparados para inúmeros desafios, capazes de dirigir ou integrar equipas, aptos a trabalhar sob pressão ou debaixo da crítica.
A mim, a JSD deu-me tantas e tantas vezes o gosto de ver aplicadas medidas que ajudei a criar e desenvolver.
 
Textos como o seu relembram-me um velho professor de latim: o mal do mundo é o pessimismo militante em que tantos se enrodilham.
Desenrodilhe-se: quando tiver tempo, passe pelo psicolaranja.blogs.sapo.pt e veja o que os “carreiristas” são capazes de escrever, pensar e promover.
 
Saudações e releve qualquer excesso de linguagem em que eu tenha incorrido.
uma infusão de Paulo Colaço às 21:04
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