Muitos se questionam como foi possível que o povo alemão pudesse acompanhar tão cegamente Adolf Hitler.
Todos os nossos registos nos indicam um homem destrutivo, perverso, insano. Era do pêlo à medula absolutamente obstinado com o poder e com o imperialismo.
As suas ordens, e as dos seus mais próximos, eram ominosas, indignas, sangrentas.
Das câmaras de gás à proibição dos partidos políticos, fez-se de tudo.
A evidência do aviltamento e extermínio de vários grupos humanos (judeus, ciganos, deficientes, homossexuais) era tal que só uma bebedeira colectiva pode explicar que o cidadão médio alemão não se tenha levantado em massa para apontar o dedo ao regime.
E ainda hoje, por estado psicológico de negação ou pura má fé, há quem negue a iniquidade daquele homem e do seu regime.
Não notam uma semelhança com José Sócrates e o apoio cego com que ainda conta por parte de muitos portugueses? As evidências contra este PM são tantas e tão gritantes, que nos faz parecer afectados pela estranha bebedeira alemã.
Admito que a maioria não tenha capacidade crítica para apreciar os diversos dados, que outros comprem a tese da perseguição e retribuam com apoio incondicional, que outros ainda não aceitem de bom grado a ideia que votaram num político sujo.
Admito também que, com o tempo, acontecerá a Sócrates o mesmo que aconteceu a outros políticos (a Freitas para a presidência da República ou a Menezes para a liderança do PSD): em breve, serão poucos os que confessarão ter votado nele.
Li que o Estado (que ainda pode recorrer) terá de compensar Pinto da Costa por danos causados na sequência de uma detenção supostamente ilegal.
Há dias soubemos que teria de compensar também Paulo Pedroso, do PS.
Pergunto-me: quando serão os portugueses compensados pela Justiça da treta que temos tido?